O Sr. Pole Position
Ayrton Senna desenhou o seu êxito para os três campeonatos, em detalhes próprios na condução, o modo como conduzia constantemente corrigindo trajetórias. Em qualificação o carro parecia que saltava de tanta pequena guinada que sofria. O resultado era impressionante. Em 161 GPs, Senna fez 65 Pole Positions, ou seja 4 em cada 10 na sua carreira.
A atitude era a diferença. Lembro-me de o ver em Portugal ao final de um sábado a olhar para mapas na sua boxe da McLaren com os engenheiros, tentando encontrar décimas de performance para a corrida, ao passo que todos os restantes pilotos estavam já fora do circuito. Ayrton era ambicioso, desesperado para vencer e dominar. Ele foi o primeiro com a preocupação de recolher todos os relatórios disponíveis sobre o desempenho do carro e se debruçar neles até à noite.
Levava os dados da telemetria para o hotel, telefonava à noite a fazer perguntas aos engenheiros. Os da Honda contavam que Senna chegava ao ponto, de lhes demonstrar uma alteração que acontecia no motor do McLaren entre as 8500 e 8700 rotações, com a voz em busca do acorde perfeito. Do ajuste de suspensão ou pressão dos pneus até à aerodinâmica, era Ayrton quem decidia tudo.
Reveja aqui algumas das poles de Ayrton Senna. Cada uma das sua 65 poles, tiveram o seu lado extraordinário, mas uma delas, num fim de semana histórico por bons e maus motivos, aconteceu no Mónaco, em 1988. Era 14 de Maio. A mais incrível Qualificação da sua carreira.
Ayrton Senna desenhou o seu êxito para os três campeonatos, em detalhes próprios na condução, o modo como conduzia constantemente corrigindo trajetórias. Em qualificação o carro parecia que saltava de tanta pequena guinada que sofria. O resultado era impressionante. Em 161 GPs, Senna fez 65 Pole Positions, ou seja 4 em cada 10 na sua carreira.
A atitude era a diferença. Lembro-me de o ver em Portugal ao final de um sábado a olhar para mapas na sua boxe da McLaren com os engenheiros, tentando encontrar décimas de performance para a corrida, ao passo que todos os restantes pilotos estavam já fora do circuito. Ayrton era ambicioso, desesperado para vencer e dominar. Ele foi o primeiro com a preocupação de recolher todos os relatórios disponíveis sobre o desempenho do carro e se debruçar neles até à noite.
Levava os dados da telemetria para o hotel, telefonava à noite a fazer perguntas aos engenheiros. Os da Honda contavam que Senna chegava ao ponto, de lhes demonstrar uma alteração que acontecia no motor do McLaren entre as 8500 e 8700 rotações, com a voz em busca do acorde perfeito. Do ajuste de suspensão ou pressão dos pneus até à aerodinâmica, era Ayrton quem decidia tudo.
Reveja aqui algumas das poles de Ayrton Senna. Cada uma das sua 65 poles, tiveram o seu lado extraordinário, mas uma delas, num fim de semana histórico por bons e maus motivos, aconteceu no Mónaco, em 1988. Era 14 de Maio. A mais incrível Qualificação da sua carreira.
A Histórica Pole do Mónaco 88
Senna detinha já a pole position provisória. Ron Dennis, chefe da McLaren, concluiu que Ayrton não precisaria ir para a pista. Mas o brasileiro quase que pediu para sair de novo. No carro, não tinha ninguém para passar com o melhor tempo.
Queria-se ultrapassar a ele próprio. Uma a uma, Senna começou a exceder-se a si mesmo. Um momento ímpar na história da F1. Foram 6 voltas consecutivas sempre a melhorar a anterior marca, a um ritmo tão veloz que deixou o outro McLaren de Alain Prost a 1,5 segundos e os Ferrari de Berger e Alboretto a cerca de 3 segundos de diferença. Todo o paddock estava boquiaberto. Ninguém acreditava que aquilo tivesse sido possível. Ao regressar à boxe. Senna tirou o capacete. Respirou fundo. E disse: “Sinto
uma angústia fora do comum!”.
Nesse dia, Jo Ramirez e Creighton Brown, homens fortes na McLaren, declararam ter sido a coisa mais impressionante que tinham visto no automobilismo. |
Senna em Qualificação
No dia seguinte, Senna destruiu a concorrência direta, Prost em particular. Chegou a ter 55 seg. de vantagem para o francês, 2º na corrida. Com esse avanço, pediram-lhe para reduzir o ritmo. E ele acedeu. Tirou o pé. Reduziu velocidade. Desconcentrou-se. Bateu sozinho, na entrada do túnel. Perdeu a corrida. Saiu do carro. Foi a pé, para a sua casa no Mónaco. Fechou-se. Não falou com ninguém. Mais tarde, nesse ano, Senna conquistaria o 1º título mundial.
Adelaide. A Pole Improvável.
Em Adelaide, 1993, uma
outra pole position histórica. Porque imprevisível. Foi uma das suas últimas
poles. O brasileiro estava numa volta rápida, mas a equipa percebeu que ele não
tinha combustível para concluir a volta. Falou por rádio para o piloto, Senna
não escutou. Fez sinal ao piloto. Senna passou e nem viu. Sempre como
fazia, focado, no limite de si mesmo e do carro. Surpresa? O carro não parou. E
Senna fez a pole. Para surpresa de todos. Mesmo dele. Veja o vídeo.
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