Knock-Out em Suzuka
A época de 1990 foi de novo discutida entre Senna e Prost. Desta vez, estavam em posições contrárias e equipas diferentes. Senna na McLaren aparecia em vantagem sobre Prost na Ferrari. E era Prost que precisava de ganhar as 2 últimas corridas para ser campeão.
Questão importante em Suzuka era a posição de largada. Antes da qualificação estava combinado que quem obtivesse a pole iria largar do lado limpo da pista, com mais borracha (algo que não tinha acontecido nas corridas anteriores naquela pista). E Senna fez a pole. Na manhã da corrida, o Presidente Balestre achou o contrário. Que o pole sairia do lado sujo (pior para arrancar). Embora na frente, o 2º colocado iria ter mais borracha no chão para acelerar. E o 2º colocado era Prost. Nessa mesma reunião, ficou decidido que em caso de acidente na chicane, o piloto poderia sair do lado contrário por motivos de segurança. Como Senna fizera no ano anterior e motivo pelo qual foi desclassificado. Para o brasileiro foi demais. Levantou-se e abandonou a reunião. Senna prometeu a si mesmo, recordando-se do ano anterior, que se perdesse a posição na largada iria para a primeira curva e levaria Prost e tudo à frente. A Curva da Vingança
Bem dito, bem feito. Senna confessou depois. “Não foi para mim, não foi bonito. Como não foi no ano anterior também. Nada daquilo foi bom para a Fórmula 1. Foi o resultado de decisões erradas e parciais das pessoas que as tomaram. Contribuí para aquilo, mas não foi minha responsabilidade".
Foi a vingança de Senna, dada na 1ª curva a 250 Kms/h. Ficaram ambos na gravilha, Sairam dali, apenas a pé. Prost furioso, chamando Senna de, Kamikaze inconsciente. |
Senna consciente do que tinha feito, mas abraçando a ideia que era apenas a paga do ano anterior. “Este título é dedicado aos que me prejudicaram o ano passado. Está aí a demonstração de quem é o campeão”.
Mais tarde, a confissão de que Prost foi absolutamente vítima de si mesmo, pois tinha muito melhor carro. Se ele tivesse cedido na largada, passaria Senna nem que fosse numa ida à boxe. Não precisava sequer de se cruzar com Senna. Ali, no arranque, era o único momento em que Senna teria a chance. Se Prost não fosse à “guerra”, não teria perdido o título ali. Senna não se livrou de um número grande de críticas. De falta de ética para baixo. Os momentos que viveu de seguida foram difíceis. A sua personalidade levou-o a reagir com o desaforo do ano anterior. E a sofrer com as críticas que recebeu, com o troco que deu. Foi em pista, o momento mais "feio" da carreira, o dia em que se sagrou Bi Campeão do Mundo. |