A Chicane do Ódio
1989 foi dominado pela McLaren. Senna e Prost foram ganhando.
Ayrton fez 13 poles e ganhou 6 corridas. Mas ele precisava de ganhar as duas
últimas corridas. E o campeonato chegava assim a Suzuka, palco onde no ano
anterior se tinha sagrado campeão.
Prost liderava a corrida até Senna encostar no francês. E então aconteceu o incidente mais polémico do século. Na travagem para a chicane de Suzuka, antes da reta da meta, Senna meteu por dentro. Prost cortou a curva e os McLarens ficaram presos um no outro, na escapatória. Prost decidiu ali que, por ali ele não perderia o título. Ali não. Daquela forma. Senna não levaria o título. Senna sabia que a única forma de passar Prost que tinha o carro até mais bem afinado que o seu nessa tarde, seria ali. Só ali. E não poderia ceder também. Sem vencer a corrida, Senna perderia ali o mundial. Enquanto Prost saía do carro, Ayrton pediu aos comissários de pista para o empurrarem. Senna era ídolo no Japão. Tinha seguidores em todo o lado. Ninguém ia recusar um pedido de ajuda a Senna. Que assim continuou, mesmo sem asa dianteira. Foi à boxe buscar uma nova asa para o McLaren e ainda deu para ir buscar o então líder Alessandro Nannini. O Duelo, o Embate, o Final
No final, o Presidente da FIA, Jean Marie Balestre tomou em mãos a desclassificação de Senna por ter cortado a chicane, no incidente. Alain Prost seria tri-campeão do mundo ali mesmo. Após a corrida, o incidente foi comentado, analisado por todos os ângulos imaginários. Para muitos e em especial para Senna, Balestre interferiu na decisão do título, desclassificando-o para ajudar o compatriota a ser campeão.
Consta que foi nessa mesma tarde que Max Mosley decidiu candidatar-se contra Balestre como seu sucessor na Presidência da FIA. Contrariado pela forma como Balestre tratou daquela situação. |
Injustiça e Ódio, Rumo ao Futuro
No motorhome da McLaren depois da corrida, no paddock de Suzuka, Prost foi cumprimentar Senna e dizer-lhe o que lamentava daquela situação toda. Senna virou costas e nem falou. Ele estava mais importado em perseguir agora Balestre para o resto da vida. Nessa noite, Senna jantou com, Maurizio Sala, que foi o seu primeiro rival nos karts, no Brasil. No defeso, Senna sofreu imenso e atirou na direção de Balestre, chamando-o de tudo. Foi obrigado a pedir desculpa para poder alinhar no início da temporada seguinte. Prost venceu o campeonato e saiu para a Ferrari. Gerhard Berger juntou-se a Senna na McLaren. Ele viria a ser o melhor amigo do brasileiro nos anos seguintes, até ao trágico domingo de Imola. |