_A vida afetiva de Ayrton Senna teve "oficialmente" 5 mulheres. Paralelamente, há mais 2 casos na vida de Senna. A sua única mulher foi Liliane Vasconcellos Souza. Depois a protegida Adriane Yamin. Os namoros mais conhecidos venderam centenas de páginas de revistas e jornais. Xuxa e Adriane Galisteu. Entre elas, esteve Cristine Ferracciu, que foi o suporte e reequilíbrio no rescaldo da loucura, da relação com Xuxa. Mas pelo meio, há mais duas mulheres que deram a volta à cabeça de Ayrton. A americana Carol Ann Alt e a portuguesa Vera Peres.
_LILIANE VASCONCELLOS
Liliane Vasconcellos Souza foi a sua única mulher. Amiga de infância e namorada na adolescência no Jardim Tremembé, em São Paulo. Viveram juntos na época em que o Senna estava em Inglaterra na Fórmula Ford. Mas a união durou apenas 8 meses. Ayrton propôs casamento a Lilian logo depois de irem para a cama pela primeira vez, no Motel Chalé. Senna disse-lhe: “Se eu for para a Europa correr, quando voltar, você já estará casada. Portanto é melhor casar já comigo!”. Em 2 meses casaram e a viagem para a Europa foi de seguida. Senna não queria casar pela igreja. Nem Viviane, a irmã, o conseguiu convencer. Foi no civil. Mas Ayrton cedeu que a cerimónia tivesse a bênção de um padre. A noite de núpcias foi clássica com Senna a levar Lilian nos braços até à suite do Maksoud Plaza Hotel. E os 10 dias seguintes foram em lua de mel na cidade americana de Chicago. _O drama começou a seguir. Na chegada a Inglaterra, o apartamento onde
foram viver não tinha condições nenhumas. Lilian sentiu-se deslocada. E
Senna era, consta, muito profissional nos seus rituais de preparação,
dormindo mesmo em cama separada nas vésperas de corrida para não haver
tentações. Na pista as coisas resultaram.
Venceu 22 das 28 corridas. Mas fora dela, a relação não ia tão bem. Liliane revelou que o grande problema de Ayrton foi o que lhe deu a vantagem em pista, mas ser errante fora dela. A família Senna não dava "permissão para errar". Contou Lilian “…ele passava a vida a cobrar de si mesmo. Perdemos muito e ele ainda mais, pelo excesso da obrigação de ser. O sucesso do pai Milton obrigava Ayrton a ser um exemplo também. Uma família moralmente rígida, com princípios, respeito pelas pessoas e aos compromissos de toda ordem que o marcaram. Mas isso retirou-lhe muita naturalidade…” |
_CRISTINE FERRACCIU
Num cruzamento casual, num shopping do Rio, Ayrton Senna olhou Cristine Ferracciu e ficou fascinado. Cristine pertencia à elite carioca, morava num condomínio de luxo, mas Senna não sabia nada sobre ela. Foi direto e convidou-a para jantar. Cristine disse-lhe que tinha namorado, Senna respondeu com o clássico: ”Não sou ciumento!”. Durante a relação com Xuxa, Senna ligava para Cristine a chorar e a desabafar. Dizia-se arrependido por ter feito infeliz Adriane Yamin. E que Xuxa fazia com ele, o que ele tinha feito com Adriane. No fim de 1989, após o namoro com Xuxa, Senna reencontrou Cristine, que se tinha divorciado. Viveram dois anos, entre Janeiro de 1990 e Dezembro de 1991, no Mónaco. Com visitas ao Algarve, à casa que Cristine ajudou a decorar, na Quinta do Lago. Em 1991, no GP do Japão onde se sagrou tri-campeão do Mundo, Senna disse que Cristine era o equilíbrio que precisava. Mas havia o outro lado. O problema para Cristine, era o lado impiedoso e ciumento de Ayrton que lhe restringia, mesmo o contacto dela com amigas de infância. Desconfiado. Não a deixava ter vida. Só para ele. |
_ADRIANE YAMIN
Em 1984 Senna envolveu-se com Adriane Yamin, à época com 15 anos, herdeira da empresa Duchas Corona. Conhecia Senna desde os tempos de infância no bairro de Santana. Esteve com ela até 1988. Em Angra dos Reis, foi convidado a bordo do iate do seu pai, dono da fábrica dos Duchas. O namoro foi longo. Mas mantido em segredo e sempre distante do paddock da Fórmula 1. Senna tinha muito respeito por Adriane mas não queria que aquela relação o desfocasse do essencial. Para Ayrton, Adriane nunca se adaptaria ao tipo de vida dele, embora representasse tudo o que queria de uma mulher: Estrutura e hábitos de família iguais aos dele, o que incluía virgindade. Senna só mudaria de opinião em relação a esse princípio da virgindade, quando anos mais tarde conheceu, Adriane Galisteu. O namoro terminou no Natal de 1988, após a coroação de Senna em Paris como campeão do mundo na festa da FIA. Desentenderam-se e Senna acabou com tudo. A seguir veio Xuxa. _XUXA MENEGHEL
O caso mais mediático foi com Xuxa. Senna apaixonou-se ao ponto de parecer um miúdo a quem mais nada, mesmo a carreira, interessava. Era só Xuxa que ele via. Era ainda a época de sonho, no defeso, após a conquista do 1º título em Suzuka.
O segredo não durou muito e tudo foi percebido, quando Senna foi ao Xou da Xuxa na Globo. Senna não parava em Angra dos Reis ou em São Paulo. Cada minuto que tinha, voava para o Rio, para estar com ela. A ex-mulher Lilian de Vasconcellos confessou já depois da morte de Senna. “Da Xuxa ele gostou mesmo!” _O casal não era visto em público, nem mesmo para jantar. Tudo recatado, por conta das figuras públicas que eram. Mas Ayrton passava muito tempo nos bastidores da Globo, acompanhando-a no seu trabalho. E nesse verão, Ayrton levou Xuxa ao kartódromo do Rio para ela andar de Kart.
O relacionamento ao longo da temporada de 89, perturbou o piloto. Pela primeira vez, viu-se no paddock um homem afetado na sua relação amorosa. Era uma relação em tensão permanente. Emoção à flor da pele. E a empresária de Xuxa não ajudava em nada. Senna não estava feliz. Foi até posto a circular que o relacionamento era apenas uma encenação. Ayrton culpou mais tarde a empresária de Xuxa pelo fim da relação. A namorada não controlava a própria imagem, como o campeão controlava a dele. Senna dizia que gostava de amar as mulheres, não de as andar a mostrar aos outros. Uma questão de estilo. Sofreu para dentro. Até ao dia em que voou para Nova Iorque para ir ter com ela. Ao chegar ao apartamento, Xuxa não lhe abriu a porta. E Senna voltou para trás. Um amor-desamor, terminado com a decisão de Xuxa, considerando que a sua vida profissional era incompatível com Senna. __CAROL ANN ALT
Em relação à americana Carol Ann Alt, não há muitas histórias para contar. É que Senna, pouco ou nada deu a conhecer e os amigos nada conviveram com Carol. Os dois tinham a mesma idade. O affair tornou-se público com uma matéria pública da revista Caras no verão de 1995, já depois da morte de Ayrton. Foi uma história sem ribalta nem holofotes, mas foi vivida a espaços desde que se conheceram em Milão por alturas do GP de Itália de 1990, em Monza. Carol era casada, um casamento em crise. Uma noite criou o laço. Criaram um compromisso que dava jeito a ambos e sempre que tivessem disponibilidade mental e vontade. Passaram 4 anos rápido. Viram-se meia dúzia de vezes. Mas vezes boas. Como a viagem à Polinésia francesa. Longe de tudo o resto. Só um para o outro e cujas fotografias foram tornadas públicas já depois da morte do piloto. A aventura que se manteve aos altos e baixos a fazer de encaixe entre o final da relação com Xuxa e o recomeço com Cristine. De Senna, Carol afirma que era obcecado por conseguir o que queria. Tinha cabeça dura, mas era um homem justo, generoso e com um charme incrível. |
_Cristine perdeu a cabeça, quando a sua mãe descobriu que tinha
cancro. No Algarve ela quis voltar para o Rio. Ayrton não quis e ficou
aborrecido. Ela foi. E Senna não lhe falou durante vários dias. Não
ligou nunca, sequer para saber como estava a mãe de Cristine. Nada.
Certo dia, Cristine foi a Angra para lhe dizer, que o amava, mas que não o queria mais. Não queria andar mundo fora, como cigana. Ela queria ter outra vida. Ela sabia que, amando-o, a coisa terminaria mal resolvida. Só que Cristine amava Ayrton o homem, não Senna, o piloto. Senna respondeu-lhe: “Cristine, Eu nasci assim, cresci assim, vou morrer assim!” VERA PERES
Por Sintra, na Quinta de Penalva, Senna sempre ia desfilando vários affairs. Casos de passagem pela Serra de Sintra, nada de sério. Apenas divertimento. Nas vésperas do GP do Japão, no qual se sagrou campeão pela 2ª vez, em 1990, Senna tentou a sorte com uma portuguesa, Vera Peres. Ela tinha feito parte da equipa que organizara o GP em 86 no Estoril. E nessa data tinha recusado um convite para jantar. Dessa vez, convidou-a para um jantar com amigos. Uma noite que podia ter acabado no Alcântara Mar. Entrada recusada à porta, imagine-se. Seguiram para o Plateau! Era 7 de Outubro de 1990. O relacionamento foi discreto. Ela foi a namorada portuguesa de Senna durante algum tempo. Ver o nascer do Sol no Guincho, dentro do Honda de Ayrton, ao som de Phil Collins era programa favorito. Vera dizia-lhe em provocação: “Adoro o Beco que você tem dentro de si. O Ayrton atrapalha tudo”. Durou até Julho de 1991. Em 93, Senna voltou a telefonar para Vera. Foi uma noite apenas. Na Casa da Quinta do Lago. Foi ela que lhe fez a mala e o guiou até ao aeroporto de Faro. Um beijo. Adeus. Adriane Galisteu viria a seguir. _ADRIANE GALISTEUSenna era muito concentrado na F1. A falta de apego de Senna às suas namoradas valeram mesmo para Nelson Piquet, seu arquirrival, criar um boato com o objetivo de desconcentrar emocionalmente o adversário. Piquet deu uma entrevista afirmando que Senna não gostava de mulheres. Senna ficou atingido na sua dignidade e quase chegou ao confronto físico com Piquet, que só não aconteceu porque Ayrton poderia ser excluído por agressão, do GP do Brasil. Em troca, numa entrevista à Playboy, deu o troco, sugerindo ter tido um caso com Catherine Valentim, a então mulher de Piquet.
Foi depois desse GP do Brasil de 1993, que Senna deu a conhecer o relacionamento com Adriane Galisteu. Disse dela, que era a mulher ideal. E segundo Viviane, foi a fase mais feliz do ponto de vista afetivo, para Senna. Até morrer. Adriane desistiu de gravar um spot publicitário para ir a Angra a convite de Senna, para um churrasco. E…começou o namoro. Contam os amigos que o relacionamento de Ayrton com Galisteu foi a sua emancipação afetiva, em relação à família. Ele libertou-se, em relação ao que era bom e ao que era mau. _Senna cresceu aí. Quando Senna estava em baixo, ela estava lá alegre. Ela era o seu lado feliz, contava Senna. Adriane não reclamava de nada. Respeitava totalmente o que Ayrton queria e ficava à sua disposição, fiél. Quem acompanhou de perto diz que Senna se comportou diferente desde o início. Porque se sentia bem. Ela era o seu Spa. Fazia-o rir, relaxar, deixava-o solto.
Só que o segredo acabou. A imprensa apanhou. E um dia, à saída de uma sessão de Cinema, Adriane e Senna foram fotografados. Acabou a paz. Pior, a família de Senna não entendeu aquela escolha. Ayrton tinha um respeito imenso pela mãe. E pelo pai. Cortar com a família por causa de Galisteu não iria acontecer. Adriane foi aliada importante no trabalho com Ayrton, disse posteriormente Nuno Cobra. Ele já era tricampeão, forte na pista. Mas faltava melhorar a sua condição psicológica. Ele teria de ser feliz. Em Abril de 1994, 48 horas da morte de Senna em Imola, a Revista Caras fazia capa de Senna e Adriane em Angra dos Reis. Felizes e apaixonados. O início da época de 94 estava a ser difícil. Abandonos e pontos de atraso para Schumacher e a Benetton que Senna suspeitava, estarem ilegais em pista. A pressão era enorme. Ayrton queria dar a volta. E sabia que precisava ser muito forte emocionalmente. Na véspera da sua morte, e já a viver a tragédia e angústia da morte de Roland Ratzenberger nessa tarde, Senna pediu a amigos para, após a corrida, o levarem logo de helicóptero para o aeroporto de Bolonha. Ele queria regressar ao Algarve imediatamente. Onde estava à espera Adriane Galisteu. Ele queria ter uma conversa importante com ela, (ver Timeline das últimas 24 horas, às 8:00 PM) Depois da morte de Senna, Adriane deu entrevistas na Casa de Sintra que resultaram num depoimento depois escrito para livro “O Caminho das Borboletas”. Adriane quando recebeu a cópia para ratificar mandou para trás. Disse ela: “Não pode ser contado no singular. Tem de ser no plural. Não sou eu Adriane, Somos nós, Adriane e Ayrton!” |